quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

«Declara já o viajante que este é um dos mais belos museus que conhece. Outros terão riqueza maior, espécies mais famosas, ornamentos de linhagem superior: o Museu de Alberto Sampaio tem um equilíbrio perfeito entre o que guarda e o envolvimento espacial e arquitectónico (…) Este museu merece todas as visitas, e o visitante faz jura de cá voltar de todas as vezes que em Guimarães estiver» In José Saramago, Viagem a Portugal

Um Museu que tem o privilégio de encantar um escritor, prémio Nobel da Literatura tem de ser, de facto, um museu com muito encanto, um museu muito especial!
No Museu de Alberto Sampaio tudo se conjuga para deixar o visitante com vontade de cá voltar. Há uma sintonia entre o espaço, carregado de história e de histórias e as peças que se espraiam pelo espaço expositivo.
Na visita emocionamos sem saber porquê. Serão as peças ou será o espaço? Ou será que são as peças naquele espaço? O certo é que o visitante sente serenidade e se deixa encantar pela beleza do conjunto. A uns, encanta-os as obras-primas legadas pelos mestres ourives, a outros, que gostam de escultura, toca-os a serenidade de Santa Maria de Guimarães ou o sorriso de Santa Maria «a Formosa». E todos se deixam emocionar junto ao loudel que D. João I envergou na Batalha de Aljubarrota e ao tríptico de prata dourada que o mesmo monarca ofereceu a Santa Maria de Guimarães.
Este é um museu especial, tão especial que exibe peças que se encontram neste espaço há muitas centenas de anos. Num tempo em que ainda não se falava em museus, mas havia já desejo de legar aos vindouros a arte que se ia produzindo.
Este é também um museu que abre as suas portas no período nocturno, nos meses de Julho e Agosto. Visitar este «museu à noite» é uma experiência que jamais esquecerá. Neste período o visitante é sempre surpreendido por uma exposição de arte contemporânea. Num vetusto espaço, num claustro carregado de idade, é interessante o contraponto entre a arte contemporânea e a arte antiga. Este museu merece, sem dúvida, «todas as visitas, e o visitante faz jura de cá voltar de todas as vezes que em Guimarães estiver». Quer experimentar?
Isabel Maria Fernandes, Directora do Museu de Alberto Sampaio